"Sente como uma bexiga engatilhada numa torneira ligada, cheia, prestes a explodir, espalhando seus pedaços e água em tudo." - Marilia C.
Ela, em seu olhar que por vezes é sereno, por vezes feroz, fica com as mãos inquietas, os pés dançantes nervosos, seu olharsempre procurando um vazio, talvez, pra acalmar o turbilhão de pensamentos que é sua cabeça.
"Sabe quando você tem um sensação de moleza?! Os ossos parecem moles." - Marilia C.
Um abraço, "o que me acalma são abraços, talvez pela troca de energias, e a sua é boa..." Até onde um simples gestos pode acalmar monstros inquietos?
Ela em sua leveza, aparentemente busca cada palavra, cada história. O silêncio na pausa de cada fala é ensurdecedor, principalmente quando nossos olhares se cruzam e a distância é tão grande que mal podemos nos ver a menos de 60cm, que era a distância que nos separava entre um assento e outro do sofá.
Eu senti sua dor.
Vi sua dor.
Fui sua dor.
Mas ela, mulher forte, se entregou e me entregou carinho, quando ela mesma era quem deveria receber.
Ela já partiu duas vezes e voltou, "Eu não teria coragem de tirar minha vida violentamente. Não tenho coragem de me cortar para sangrar até a morte, nem de me enforcar ou usar armas de fogo.
Faço pequenos cortes, aqui olha... mas são pequenos cortes somente para diminuir minhas dores. Mas, as marcas estão ficando cada vez mais aparentes, e não sei se isso é bom."
Nas suas duas partidas, voltou para dizer que não é por falta de trabalho, namorado, que não é frescura, muito menos por que quer.
Não é simples.
Não é fácil.
Voltou pra gritar que precisamos de ajuda e, que pequenos gestos podem ajudar. Que é triste e solitário.
Que precisamos compreender a nossa dor, para também compreender a dor alheia e tentar ajudar.
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