quarta-feira, 6 de setembro de 2017

OBS.CURO


Sua mente fala.
Seus olhos;
Suas mãos;
Sua pele;
A última coisa que fala em você é a boca, quando explode em um grito.


As vezes é possível exprimir todo esse sentimento em palavras, mas fica mais notável aos mais perceptivos, que o corpo fala muito mais e que a boca. Que ele entrega a dor que sentimos em apenas 1 toque.
“Pronto, desmoronei em águas quando você falou aquilo” ou “tocou de um jeito que me fez lembrar de algo que não virá”.

Mas nem sempre chorar significa deixar as lágrimas escorrer.


O corpo treme,
Os  pêlos da pele se arrepiam,
O ar falta,
O coração parece que vai explodir,
Vazio.
O vazio toma conta.



De repente tudo fica escuro e um grito ecoa dentro da alma.


Alguns acham um escape em se cortar, em chorar, em se esconder, em ser quem não é, em se privar de viver.


Duas palavras se juntaram em um só sentido:


Observação + cura
Observar os sinais que o corpo dá quando sente que vai ruim e através disso achar uma saída menos dolorosa. A cura vem através de jogar tudo pra fora, seja falando, seja gritando, seja manifestando através de gestos, do corpo, de toque, de movimentos.
Uma palavra que no fim se torna forte, sombria até.

OBSCURO


Ao mesmo tempo que é tão forte, pode ser leve.

É como na teoria do Caos, a meu ver:

Com toda essa informação, bagunça, luzes, outdoors, carros, sons, risos, falas...TUDO! É tanta informação que nada lhe é útil e tudo se torna um grande vazio.
É como criar conflitos ao mesmo tempo em que tenta evita-los. Uma coisa leva a outra e sempre haverá alguém descontente.



Quem é você?
Qual sua dor?
Em que posso ajuda-lo?


Usamos arte para libertar ou apenas liberar parte do que sente.


sexta-feira, 23 de junho de 2017

A B R A Ç O

"Sente como uma bexiga engatilhada numa torneira ligada, cheia, prestes a explodir, espalhando seus pedaços e água em tudo." - Marilia C.

Ela, em seu olhar que por vezes é sereno, por vezes feroz, fica com as mãos inquietas, os pés dançantes nervosos, seu olharsempre procurando um vazio, talvez, pra acalmar o turbilhão de pensamentos que é sua cabeça.

"Sabe quando você tem um sensação de moleza?! Os ossos parecem moles." - Marilia C.

Um abraço, "o que me acalma são abraços, talvez pela troca de energias, e a sua é boa..." Até onde um simples gestos pode acalmar monstros inquietos?

Ela em sua leveza, aparentemente busca cada palavra, cada história. O silêncio na pausa de cada fala é ensurdecedor, principalmente quando nossos olhares se cruzam e a distância é tão grande que mal podemos nos ver a menos de 60cm, que era a distância que nos separava entre um assento e outro do sofá.

              

Eu senti sua dor.
Vi sua dor.
Fui sua dor.

Mas ela, mulher forte, se entregou e me entregou carinho, quando ela mesma era quem deveria receber.

Ela já partiu duas vezes e voltou, "Eu não teria coragem de tirar minha vida violentamente. Não tenho coragem de me cortar para sangrar até a morte, nem de me enforcar ou usar armas de fogo.
Faço pequenos cortes, aqui olha... mas são pequenos cortes somente para diminuir minhas dores. Mas, as marcas estão ficando cada vez mais aparentes, e não sei se isso é bom."
          
    


Nas suas duas partidas, voltou para dizer que não é por falta de trabalho, namorado, que não é frescura, muito menos por que quer.

Não é simples.
Não é fácil.

Voltou pra gritar que precisamos de ajuda e, que pequenos gestos podem ajudar. Que é triste e solitário.
Que precisamos compreender a nossa dor, para também compreender a dor alheia e tentar ajudar.